21/05/2015

DdD - segundo dia


 


 








A proposta é simples: desenhar, pintar ou bordar. Na praça, da tarde até a noite. Fazer o que quiser, o que tiver vontade. Pode ser o que sabe, pode ser o que não sabe.

Chegar perto daquela organização inusitada - papeis, canetas, linhas e panos no chão, panos enormes esticados cortando a praça - não é muito fácil, e quem consegue aproximar-se e entender a proposta, às vezes não sabe bem o que fazer. Devem perguntar-se sobre o que fazer, como ficar...

Aceitar de fato o convite requer sobretudo uma disposição especial, pois nada mais inusitado do que um corte na rotina para fazer um desenho, um bordado, uma pintura em suportes coletivos, em espaço público. Quem, no mundo, faz isso? Além disso, desenhar, pintar e bordar geralmente são atividades individuais feitas em casa, no máximo em salas de aula, e lá estando são quase que absolutamente privados.

Como acessar um modo de ser, ficar e estar para fazer um desenho na praça, um pouco de pintura, uns pontinhos de bordado? Como estar com outros nessa condição?

Mesmo com um pouco de relutância, de desajeito do corpo, algo vai acontecendo. Um pouco de azul e amarelo, um pincel largo e a aproximação ao grande pano esticado. Há um espaço vazio ali, outro lá, e finalmente o pincel toca a tela dando a ver formas que já deram certo em outras ocasiões, formas que complementam o que outros ali deixaram, formas que não existiram nunca.

Um se preocupa em preencher o espaço, outro em terminar uma área ou em pensar bem antes de tomar a decisão (não pode apagar se der errado).  E há quem dê passos para trás para ver como está ficando.

O resultado é somente a prova material de que lá estivemos, porque o que realmente importa é encontrar o caminho de acesso ao modo de ser, ficar e estar para encontrar o que não seria encontrado, para atentar ao que não seria percebido, para pensar por meio de outros canais (os da arte), para ter um momento de outra conexão com o que já sabíamos antes. Ou melhor, conexão com o que ainda não sabemos.

Acessar o que não se sabe é acessar algo que foge a todo tempo: nem o passado da memória, nem o futuro da ansiedade. Estivemos acessando nada mais do que o presente, nossa condição mais potente. 




18/05/2015

DdD - primeiro dia

20h. Tudo guardado, limpo e organizado para usar novamente amanhã. Hora de voltar para casa.

Como sintetizar o que aconteceu na praça, hoje?

Qualquer síntese sempre vai ser uma escolha, uma simplificação. O pode ser dito é que voltei para casa com o corpo cansado mas com uma alegria imensa, alma leve, cantante. Viva!

Alguns momentos têm esta potência. O primeiro DdD foi assim, seu sabor ficou dias ressoando pela gente. Neste, repetiu-se a experiência, e aí pergunto: o que acontece com a gente quando abrimos um outro tempo na rotina / uma surpresa ao dia / um desvio no caminho?  E então nos aproximamos para ver de que se trata: panos, tintas, lápis, linhas, gente ...? Assim paramos perto dos que lá já estavam, quase fazemos o que eles fazem só que de repente escolhemos qual será nosso primeiro gesto: um desenho, um bordado ou uma pintura? E aí decidir/lembrar como forçar o pincel no pano, o que mesmo fazer com a agulha, o que tirar do lápis? E então tomar a próxima atitude/ação/gesto e seguir? Pois não é que quando o olhar escapa e a gente vê o que outro está fazendo e dialoga com o que viu, com quem fez, com quem passou?

Olha, cores se misturam. Dá para pintar com escova, carimbar a mão. As linhas fazem nós. A sombra vira desenho.

Mas e quando acontece de ensinar algo para o outro? Aquilo simples, que dali a pouco vira uma energia, um jogo, um saber no outro? Só que ainda outro se aproxima e também quer aprender e fazer e seguir, com aquilo, que dali a pouco já se torna outra coisa?

O que acontece com a gente quando as horas passam e a gente se dá conta que conheceu umas quantas pessoas e com ela esteve bordando, desenhando, pintando, "fazendo correntes de linha com os dedos"? E tudo virou jogo/troca num tempo vivido na praça, juntos?

Correntes de linha com os dedos: fazer delicadezas é o que fizemos hoje.

16/05/2015

DdD-Dia do Desenho + IV Semana de Arte Educação




PIBID e Licenciatura em Artes Visuais da UERGS realizam em Montenegro o segundo DdD, Dia do Desenho, na terceira semana de maio na Praça dos Ferroviários, nas proximidades da Uergs. Serão dias e horários diversos na semana para estar com as pessoas e com a arte, para compartilhar desenhos, poemas, ideias. O DdD neste ano está vinculado à IV Semana de Arte Educação (UNESCO, 2015.
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O Dia do Desenho em Montenegro (DdD) vem a ser uma ação artística que ocorre em consonância a outras ações mundiais deste tipo. Pode ser citado o The Big Draw, um dos maiores festivais de desenho no mundo que oferece um espaço livre de convivência e atividades de desenho conectando pessoas de várias idades, profissionais de museus, artistas, ilustradores com a cidade e uns com os outros. Em eventos deste tipo acredita-se que todos podem desenhar e conectar-se às pessoas e à cidade.

Esta ação acontecerá tendo apoio do PIBID – Subprojeto de Artes Visuais da UERGS e pretende-se com ela promover à comunidade montenegrina uma prática coletiva na linguagem do desenho, uma das mais acessíveis e tradicionais formas de produção de imagem e arte. Desta forma, nosso intento é promover uma produção sensível e coletiva de desenhos no espaço público, fora dos lugares convencionais de arte, e aproximar a prática artística da comunidade em geral, as pessoas entre si e as pessoas ao espaço público. Entendemos ainda que o Dia do Desenho em Montenegro contribuirá para divulgar a UERGS junto à comunidade e para complementar a prática de mediação artística dos alunos da Graduação em Artes Visuais: licenciatura (Pibidianos e demais alunos que atuarão voluntariamente).

Em relação à primeira edição, em dezembro de 2014, o Dia do Desenho em Montenegro deste ano estará vinculado a um movimento de relevância internacional: a Semana Internacional da Arte-Educação, comemorada anualmente na terceira semana de maio. Assim estamos nos agregando à chamada mundial sobre a arte na educação. (Por Carmen Capra; layout: Cristian Mossi; bolsistas ID: Kellem, Claudine, Max, Ezequiel, Fernanda M., Dika, Fernanda H., Jéssica, Marivone e Fabiana).

07/05/2015

Projeto de mediações Pibid


Durante a Exposição Professores-Artistas, Artistas -Professores, foram realizadas mediações na Galeria de Arte Loide Schwambach pelos alunos bolsistas.
Os bolsistas receberam grupos para visita à exposição e ofereceram diversas oficinas criadas através do projeto, para proporcionar a uma atividade de mediação mais reflexiva e lúdica.

Veja abaixo o link das fotos.





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